quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Muralha da China [China]

A Muralha da China é uma impressionante estrutura de arquitectura militar construída durante a China Imperial.

Embora seja comum a ideia de que se trata de uma única estrutura, na realidade consiste em diversas muralhas, construídas por várias dinastias ao longo de cerca de dois milénios. Se, no passado, a sua função foi essencialmente defensiva, no presente constitui um símbolo da China e uma procurada atracção turística.

As suas diferentes partes distribuem-se entre o Mar Amarelo (litoral Nordeste da China) e o deserto de Góbi e a Mongólia (a Noroeste).

A muralha começou a ser erguida por volta de 221 a.C. por determinação do primeiro imperador chinês, Qin Shihuang. Embora a Dinastia Chin não tenha deixado relatos sobre as técnicas construtivas que empregou e nem sobre o número de trabalhadores envolvidos, sabe-se que a obra aproveitou uma série de fortificações construídas por reinos anteriores, sendo o aparelho dos muros constituído por grandes blocos de pedra ligados por argamassa feita de barro e pasta de farinha de arroz com cal hidratada. Com aproximadamente três mil quilómetros de extensão à época, a sua função era a de conter as constantes invasões dos povos ao Norte.

Com a morte do imperador Qin Shihuang, iniciou-se na China um período de agitações políticas e de revoltas, durante o qual os trabalhos na Grande Muralha ficaram paralisados. Com a ascensão da Dinastia Han ao poder, por volta de 206 a.C., reiniciou-se o crescimento chinês e os trabalhos na muralha foram retomados ao longo dos séculos até ao seu esplendor na Dinastia Ming, por volta do século XV, quando adquiriu as actuais feições e uma extensão de cerca de sete mil quilômetros, estendendo-se de Shanghai, a leste, a Jiayu, a oeste, atravessando quatro províncias (Hebei, Shanxi, Shaanxi e Gansu) e duas regiões autónomas (Mongólia e Ningxia).

A magnitude da obra, entretanto, não impediu as incursões de mongóis, xiambeis e outros povos que ameaçaram o império chinês ao longo de sua história. Por volta do século XVI perdeu a sua função estratégica, vindo a ser abandonada.

No século XX, na década de 1980, Deng Xiaoping priorizou a Grande Muralha como símbolo da China, estimulando uma grande campanha de restauração de diversos trechos que foi questionada. A requalificação do monumento para o turismo sem normas para o seu adequado usufruto, aliado à falta de critérios técnicos para a restauração de alguns trechos (como o próximo a Jiayuguan no Oeste do país, onde foi empregado cimento moderno sobre uma estrutura de pedra argamassada, conduzindo ao desabamento de uma torre de seiscentos e trinta anos), gerando várias críticas. Estima-se que cerca de dois terços do total do monumento estejam em ruínas.

Por não se tratar de uma estrutura única, as características da Grande Muralha variam de acordo com a região. Devido a diferenças de materiais, condições de relevo, projectos e técnicas de construção, e mesmo da situação militar vivida por cada dinastia, os trechos da muralha apresentam variações. Perto de Pequim por exemplo, os muros foram construídos com blocos de pedras de calcário. Noutras regiões podem ser encontrados granito ou tijolos. Nas regiões mais ocidentais de desertos onde os materiais são mais escassos, os muros foram construídos com vários elementos, entre os quais faxina (galhos de plantas enfeixados). Em geral os muros apresentam uma largura média de sete metros na base e de seis metros no topo, alçando-se a uma altura média de sete metros e meio.

Além dos muros, em posição dominante sobre os terrenos, a muralha compreende ainda elementos como portas, torres de vigilância e fortes.

Segundo anunciaram cientistas chineses, o comprimento total da muralha é de 8850km.

As torres, cujo número é estimado por alguns autores em cerca de quarenta mil, permitiam a observação da aproximação e movimentação do inimigo. As sentinelas que as guarneciam serviam-se de um sistema de comunicações que empregava bandeiras coloridas, sinais de fumo e fogos. De planta quadrada, atingiam até dez metros de altura, divididas internamente. No pavimento inferior podiam ser encontrados alojamentos para os soldados, estábulos para os animais e depósitos de armas. Durante a Dinastia Ming, um sinal de fumo junto com um tiro significava a aproximação de cem inimigos, dois sinais de fumo acompanhados de dois tiros eram o alerta para quinhentos inimigos, e três sinais de fumo com três tiros para mais de mil inimigos.

Acredita-se que os trabalhos na muralha ocuparam a mão-de-obra de cerca de um milhão de homens (duzentos e cinquenta mil teriam perecido durante a sua construção) entre soldados, camponeses e cativos.

Calcula-se que a Grande Muralha tenha empregado cerca de trezentos milhões de metros cúbicos de material, o suficiente para erguer cento e vinte vezes a pirâmide de Quéops ou um muro de dois metros de altura em torno da Linha do Equador.

Parque Beijai [Pequim, China]

O Parque Beijai, é um jardim imperial a noroeste da Cidade Proibida. Inicialmente construído no século X, é o maior dentre os jardins chineses e contém numerosas estruturas historicamente importantes, palácios e templos. Antes do final da Dinastia Qing esta área foi ligada à Cidade Proibida, mas desde 1925 está aberta ao público.

O Parque tem uma área de mais de 69 hectares, com um lago que abrange mais de metade do todo o Parque. No centro do Parque está uma ilha há uma ilha chamada de Ilha Qiónghuá com o ponto mais alto de 32 metros. No Norte do Parque há uma grande piscina chamada de Piscina Taiye conectada com duas outras piscinas, chamadas de Lago Médio e Lago do Sul respectivamente.

Beihai significa literalmente "Mar do Norte". Também corresponde a "Mar do Central" e "Mares do Sul". O complexo de edifícios em torno de Zhongnanhai cujas casas pertencem aos líderes primordiais da China.

O Parque Beihai, tal como muitos dos jardins imperiais chineses, foi construído para imitar as pinturas e arquitecturas de várias regiões da China; o lago Taihu, os elaborados pavilhões e os Canais em Hangzhou e Yangzhou, as delicadas estruturas dos jardins de Suzhou e muitos mais serviram de inspiração para a concepção de inúmeros locais neste magnífico jardim imperial. As estruturas e cenários no Parque Beihai são descritas como obras de arte da jardinagem técnica que reflectem o estilo e a soberba habilidade arquitectónica e riqueza da arte do Jardim Chinês Tradicional.

A Bai Ta (Dagoba Branca) está a 40 metros de altura, a Stupa está colocada no ponto mais alto da Ilha Qiónghuá. Seu corpo é feito de pedra branca. O Sol, lua e chamas estão gravadas de modo a decorar a superfície da torre. Destruída em 1679 por um terramoto, foi restaurado no ano seguinte e novamente em 1976, por causa de um outro terramoto ocorrido na Cidade de Tangshan, perto da Cidade de Pequim.

Existem vários templos budistas célebres dentro do parque, tais como o Templo Yong'an (Templo da Paz Eterna) e o Templo Chanfu.

Na margem norte, situa-se o Pavilhão dos Cinco Dragões, conjunto de cinco pavilhões que estão ligados por espirais, com pontas de beirais construídas na Dinastia Ming.

A Muralha dos Nove-Dragões fica a norte do Pavilhão-Cinco-Dragões. Foi construída em 1756 e é uma das três muralhas de seu tipo em toda a China. É feita de vidro partido de sete-cores. Nove Dragões completos a brincar nas nuvens decoram ambos os lados da muralha.

Também na margem norte está o Quarto Jingxin (Quarto do Coração Silencioso). É um jardim dentro do parque, e abrange uma área de mais de 4000m².

A Muralha Circular (Tuancheng) tem como principal estrutura o Corredor da Luz Recebida (Chengguangdian), um espaçoso edifício com um tecto de dupla espessura feito de azulejos amarelos bordados em verde.