segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cidade Proibida [Pequim, China]

A Cidade Proibida, foi o palácio imperial da China desde meados da Dinastia Ming até ao fim da Dinastia Qing. Durante quase cinco séculos serviu como residência do Imperador e do seu pessoal, sendo o centro cerimonial e político do governo chinês.

O título de Cidade Proibida surgiu pelo facto de somente o imperador, sua família e empregados especiais tinham a permissão para entrar no conjunto de prédios do palácio. Trata-se de uma cidade dentro de outra cidade. Sede de um governo burocrático que comandou o império mais populoso da Terra, é o maior palácio do planeta, cujos rumores sempre apontavam a existência de 9.999 divisões. Qualquer outra pessoa que ousasse atravessar seus portões sem a devida autorização, era sujeita a uma execução sumária e dolorosa.

Construído entre 1406 e 1420, o complexo consiste em 980 edifícios, com 8.707 secções de salas e cobre 720.000 metros quadrados, exemplificando a arquitectura palaciana tradicional chinesa, tendo exercido influências culturais e arquitectónicas desenvolvidas na Ásia Oriental e um pouco por todo o lado. A Cidade Proibida foi declarada Património Mundial da Humanidade em 1987, estando listado pela UNESCO como a maior colecção de antigas estruturas de madeira preservadas no mundo.

A construção durou quinze anos e empregou o trabalho de 100.000 mestres artesãos e de mais de um milhão de trabalhadores. Os pilares das mais importantes galerias foram feitos com madeira preciosa das selvas do Sudoeste da China. Tal não se repetiria nos anos seguintes — os grandes pilares que se vêm actualmente foram reconstruídos, usando múltiplas peças de pinheiro, durante a Dinastia Qing. Os vastos terraços e grandes entalhes foram feitos em pedra vinda de pedreiras próximas de Pequim. As peças maiores não puderam ser transportadas convencionalmente. Foram escavadas cavidades ao longo do caminho, tendo a água transbordado para a estrada no Inverno, formando uma camada de gelo. As pedras foram arrastadas através do gelo.

Os pisos das galerias principais foram pavimentados com "tijolos dourados", feitos com argila de sete condados das prefeituras de Suzhou e Songiang. Cada lote demorou meses a cozer, resultando em tijolos macios que tocam com um som metálico. A maior parte dos pavimentos interiores que se vêem actualmente são os originais, com seis séculos de existência.

O solo escavado durante a construção do fosso foi amontoado a Norte do palácio, criando uma colina artificial, a Colina Jingshan.

O desenho da Cidade Proibida, do seu esboço geral ao mais pequeno detalhe, foi meticulosamente planeado para reflectir os princípios filosóficos e religiosos, e sobre todos os simbolismos a majestade do poder Imperial. Entre os mais notáveis exemplos simbólicos incluem-se o amarelo, como a cor do Imperador. Desta forma, quase todos os telhados da Cidade Proibida ostentam telhas amarelas vidradas. Existem apenas duas excepções. A biblioteca no Pavilhão da Profundidade Literária tem telhas pretas porque o preto está associado com a água e, desta forma, com a prevenção de incêndios. Similarmente, as residências do Príncipe Imperial possuem telhas verdes porque o verde está associado com a madeira e, desta forma, com o crescimento.

Os telhados de arestas inclinadas dos edifícios estão decoradas com uma linha de estatuetas. O número de estatuetas representa o estatuto do edifício — um edifício secundário deve ter 3 ou 5. A Galeria da Harmonia Suprema tem 10, o único edifício no país com permissão para ter tal número de estatuetas nos tempos imperiais. Como resultado, as sua décima estatueta (denominada de "Hangshi", ou "décima classificada", é algo único nos edifícios pré-modernos.

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